O debate sobre a cobertura do caso da brasileira SUPOSTAMENTE agredida na Suíça está acalorado. E o que é ótimo, é de alto nível. Pelo menos para isso esses casos servem.
Para os comentaristas do post abaixo que defendem Noblat, reproduzo Rui Martins, do Observatório da Imprensa (os grifos são meus):
“Escrever num jornal, falar numa rádio ou numa televisão e mesmo manter um blog constitui uma responsabilidade social. Não se pode valer dessa posição para se difundir boatos, nem inverdades, nem ouvir-dizer; é preciso ir checar, levantar o fato, mencionar ou desfazer as dúvidas e suspeitas existentes. É também preciso se garantir o direito de ser mencionada a versão da parte acusada para evitar a notícia tendenciosa“.
Os itálicos respondem todas as nossas dúvidas. Um e-mail do pai de uma SUPOSTA vítima não é fonte confiável. Mesmo que tenha fotos. Só deve ser publicado caso outras fontes confirmem. E o Itamaraty, outra fonte de Noblat, não substitui nenhuma autoridade de Zurique. Um soldado, que fosse.
Culpar o sistema não vale. Dizer que esse é um erro comum no jornalismo diário e que é uma história totalmente publicável não justifica. Sei que as equipes nas redações estão enxutas, todos sabem. Por isso mesmo um blog não pode, não tem condições “físicas”, de assumir uma história dessa se baseando em duas fontes (pai e Itamaraty) que estão do mesmo lado da moeda.