Qual a credibilidade do palhaço?

Há algum tempo, o programa Pânico na TV lançou uma pergunta no ar: “Qual a credibilidade do palhaço?”.

A pergunta, na verdade, era uma resposta às pessoas que cobravam credibilidade do programa, mesmo ele sendo de humor e não um jornalístico. Credibilidade deve ser cobrada do Jornal Nacional, do Hoje em Dia. Não se cobra credibilidade de um palhaço. Ou de um artista.

Pois é justamente esse equívoco que está cometendo a Época com o seu “A Revolta do Acaju nunca aconteceu“. Explicação em poucas e rápidas linhas:

A banda brasiliense Móveis Coloniais de Acaju sempre contou que seu nome era baseado na Revolta do Acaju, nome dado à união de índios do Tocantins com portugueses para a expulsão de invasores ingleses que estariam explorando a terra. Pois bem, a Época descobriu que tal revolta NUNCA EXISTIU. E esse foi o motivo para o texto linkado aqui. Um texto bravo, inconformado e, por vezes, até agressivo com a banda.

Mas, peraí. Eu não preciso de credibilidade vinda de uma banda. Eu preciso de sons. Se ela inventa histórias, se prega peças e pegadinhas em jornalistas, não me importa. Para mim, o problema é do jornalista (e eu me incluo), que agora tem de checar se até o nome da banda vem de história verdadeira ou não. O problema nessa história toda é dos jornalistas que espalharam essa versão, que já tem mais de dez anos (a banda foi criada em 1998) como verdade absoluta sem sequer consultar um historiador ou especialista na história do Tocantins, história indígena… enfim, qualquer história.

Não deve a banda ter de aguentar esse tipo de encheção de saco. Eles são artistas e, como artistas, têm o direito de invertar o que bem entenderem. Inclusive histórias estapafúrdias.