QAP QRV

Ando meio saudosista… acontece.

Esses dias estava me lembrando de um dos meus primeiros passatempos, antes de vir a internet e todas as outras coisas que ocupam o nosso tempo.

Quando eu tinha uns 15, 16 anos, conheci uma ferramenta de comunicação muito útil e bastante valorizada fora do Brasil: o radioamadorismo. Mais especificamnte, a Faixa do Cidadão (que tem outros trocentos nomes: PX, CB – de Citizens Band, 11 metros – da largura da sua onda eletromagnético, etc).

Era legal chegar da escola, ligar o rádio e participar de conversas – as chamadas “rodadas” – que por vezes tinham integrantes de várias regiões do país. Com a minha estação montada humildemente (e com licensa) em casa, conseguia falar longe, principalmente nordeste e sul. Fora do Brasil, consegui somente uma vez: um caminhoneiro no Chile. Foi num dia de boa propagação.

Na imagem acima, os três modelos de rádios que tive. Comecei com um Cobra 22 Plus (no alto, à direita), depois um Cobra 19 Plus (à esquerda), que era equivalente, mas mais bonitinho. Depois, finalizei com um Alan 87, que, bem instalado, falava até com quem você não queria (todos os DX – como são chamados os contatos feitos com outros radioamadores que estão longe – foram com ele).

Até o ano passado, continuei pagando minha licensa e, quando quisesse, poderia remontar a estação em casa. Mas devido a um erro da ANATEL, órgão que regulamenta o serviço, parei de pagar a anuidade e a papelada já deve ter sido cancelada.

Um dos motivos pelo qual eu parei com o PX foi a invasão que, na época, os perueiros, motoristas de lotação, fizeram nas frequências. Não havia uma van em São Paulo sem o rádio, que é relativamente barato. E o usuário “comum” ficou preso a poucas frequências e cheio de interferências. Aí veio o trabalho, computador, internet… e lá se foi o radinho.

De repente, daqui a uns anos, com a vida mais tranquila, eu volte a participar dessas rodadas Brasil afora. Ou mundo afora, dependendo da minha estação. QAP QRV*

*Parte do Código Q, utilizado por radioamadores do mundo todo. Quer dizer que a pessoa está na frequência e na escuta.