Quando lemos a palavra “fundamentalista” já ligamos a palavra “islâmico” na seqüência, como se os dois termos tivessem imãs em suas pontas. Mas é importante saber que “fundamentalista” não dista muito de “fanático” e que pode ser usado com qualquer seguidor de outra religião.
Hoje, 13 de dezembro, aniversário do 5º Ato Institucional do período ditatorial-militar, é também centenário de Plínio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP, Tradição, Família e Propriedade. De tanto fanatismo católico, eram renegados até pela própria CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que chegou a se manifestar contrária às suas atitudes e posturas dos seus membros. A TFP não pensava duas vezes em julgar e chamar de “comunista” qualquer ser humano que pensasse contra o Estado de Exceção. Delações eram práticas comuns.
Hoje, a TFP ainda existe, só que com outro nome. Presidido por Adolpho Lindenberg, o Instituto Plínio Corrêa de Oliveira segue os mesmos ideais que existiam na década de 60. A Folha de S.Paulo de hoje publicou em página inteira, paga, uma homenagem ao centenário de Plínio, assinada por outras 33 instituições co-irmãs, presentes no mundo todo, que seguem a tríade tradição, família e propriedade a ferro e fogo. Vale lembrar que Plínio foi também jornalista e colaborou com a Folha até 1980.
Essas coincidências que a história nos proporciona são bastante interessantes. Uma mesma data mostra como o AI-5 e Plínio se merecem. E apesar de os dois não estarem mais entre nós, ainda existem muitos que os seguem e são favoráveis às suas idéias e determinações.