Tenho visto muitas opiniões sobre a repercussão do caso Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos. E algumas delas dizem que o fato de o deputado estar sob os holofotes causa mais estragos do que o próprio na Comissão.
Os partidários dessa opinião alegam que o cartaz dado ao infeliz deputado acaba valorizando sua imagem perante aos que já são chegados às suas ideias e o sujeito pode acabar virando um mártir nessa guerra santa que ele tanto proclama.
Sim, há o risco. Tanto é que já existe um grupo que pede a eleição de Marco Feliciano para presidente da República (!!!). Mas esse risco não é maior do que a necessidade de ir contra um ser que não tem o menor respeito pelo próximo, não reconhece a importância e a fragilidade de minorias e, mesmo assim, está ocupando um posto que pede justamente essas características.
O problema não está na religião. Aliás, ser um líder religioso deveria dar um ponto positivo para o presidente dessa comissão. Afinal, um líder religioso, tendo o respeito ao próximo como uma das suas principais regras, seria perfeito para o cargo.
Mas o deputado Marco Feliciano não tem esse discurso. Ele não quer paz. Nem em relação a outros líderes da mesma religião, que já se mostraram contrários às posturas de intransigência do deputado.
Então, o que nos resta é, sim, a manifestação. Seja ela qual for: a de sofá, a que toma as ruas, a que invade a Câmara com faixas e apitos, a que cobra os deputados que receberam o nosso voto ou a que usa piadas e charges que tripudiem sobre a situação. O barulho se faz necessário para que esse tipo de coisa não aconteça novamente.
E isso tudo mostra também que a reforma política é a mais urgente das reformas. Não dá mais para os partidos políticos lotearem cargos e comissões dessa forma.
No caso Feliciano eu me manifesto e uso o meu lema: “Se não pode vencê-lo, ridicularize-o até o fim da vida”.