Hoje começaram as discussões e debates sobre o ocorrido ontem no Morumbi, quando a PM teve trabalho para conter as torcidas que compareceram a esse desastrado (dentro e fora do campo) São Paulo x Corínthians.
A Folha de S. Paulo deu duas páginas ao clássico, entre a cobertura do jogo e do pós-jogo. Só dava torcedor corinthiano caído nas fotos. Se esqueceram (ou não viram?) que, antes do jogo começar, foi a torcida do São Paulo que entrou em confronto com a polícia.
O Ministério Público de São Paulo veio hoje com a “genial” idéia de diminuir ainda mais o espaço destinado ao time visitante. Ou seja, os 10% de ingressos que o São Paulo disponibilizou aos torcedores do Corínthians parece que foi o motivo da bagunça, segundo o MP. Houvesse menos torcedores visitantes, a confusão não ocorreria, ainda segundo o MP.
Ledo engado. Se tivesse ali 100 torcedores, sairia confusão da mesma forma. O MP não percebe que o problema está na arquibancada, na geral? É o câncer do futebol, que só perde em níveis de nocividade para o cartola (esse, sim, o vilão maior). Esse torcedor que é supervalorizado pelas redes de TV, que mostram como o “balé da torcida” é bonito, mas não mostram como são tratados torcedores comuns que não querem acompanhar o “balé”, querem assistir o jogo sentado, tranquilo, e são impedidos por esse monstros, que pedem “garra” e “torcida”. E ai de mim se não me levantar e gritar junto com eles… apanho ou tenho de assistir o jogo de algum outro lugar, mais civilizado.
Isso vem desde os tempos do incompetente Fernando Capez, hoje legislador, mas antes promotor, que bradava na TV e rádio que “ia acabar com as uniformizadas”. Cadê, Capez? As organizadas estão mais fortes do que nunca, infiltradas nos clubes, com vantagens que muito sócio não tem.
Falando em sócio, ele está envolvido na minha solução para esses problemas. Quer um modo bom de pôr ordem nessa bagunça? Limite o acesso aos estádios. Pronto. Só entra no estádio quem tiver a carteirinha do clube (e não da organizada, hein!!), quem pagar a mensalidade ao seu clube de coração. Este, vai ter sua renda aumentada e poderá até cobrar menos pelas entradas individuais de cada partida. Já o sistema europeu, o carnê anual emitido no início do ano e válido para todos os jogos da temporada, poderia ser adotado para lugares mais caros dos estádios, como as numeradas.
Isso e mais o fichamento. Sim, cada um que pisasse num estádio seria fichado (ou “cadastrado”, para não ficar tão pesado) pela polícia militar, para facilitar identificação de quem aprontasse.
Esse seria um caminho. Mas o MP não vai querer saber dele. O MP acha que colocando só dois mil corinthianos no Morumbi vai resolver todo o problema. Como se as torcidas da casa se comportassem bem…